14 de mai. de 2018

O Cristianismo e a Revolução Social, de Richard Shaull

O cristianismo e a revolução social é um livro de 1953. Neste período já estava claro a crise do capitalismo e o espírito revolucionário sugeria que o comunismo estava próximo. A igreja protestante, muito fechada em si mesma, evitava se envolver nas questões sociais. 

É nesse contexto que Richard Shaull, missionário presbiteriano estadunidense atuando na América Latina, começa a desenvolver sua teologia. A leitura deste livro foi minha primeira aproximação ao pensamento do autor.

O livro tem 104 páginas e é divido em 7 capítulos: I) A Crise Atual - Oportunidade para o Comunismo, II) A Solução Marxista, III) Será o Marx-Leninismo a Resposta?, IV) O Encontro entre o Cristianismo e o Comunismo, V) O Cristianismo e o Proletariado, VI) A Responsabilidade dos Cristãos na Política, VII) O Repto Fundamental à Fé e à Vida Cristã.

Shaull, que no meu imaginário se encontra entre os primórdios da teologia da libertação, se mostra neste livro como um jovem missionário norteamericano preocupado com a expansão do comunismo russo e consequentemente com o possível cerceamento da liberdade das igrejas.

Mas, apesar dos inúmeras críticas que faz ao Marx-Leninismo, ele mostra profunda consciencia da crise em que a sociedade capitalista estava imersa (ainda está) e defende a urgente necessidade de se fazer uma teologia contextualizada com esta crise, uma teologia disposta a elaborar a significação da esperança cristã e comprometida com o amor e a justiça. 

Shaull defende igreja disposta a não se limitar ao espaço dos templos e cristãos dispostos a ocupar as fábricas, os partidos e a política (não como fazem os evangélicos em suas bancadas parlamentares atualmente, pois entendia que a luta cristã por justiça necessariamente é uma luta contra a manutenção do status quo).

Boa leitura!

Nenhum comentário:

Postar um comentário